Edward Hastings

Edward Hastings Gastronomy

As minhas principais fontes de inspiração para os meus bolos foram sobretudo duas:
– os trabalhos/bolos de alguns dos mais conceituados pasteleiros do mundo, pela sua elegância e sofisticação e a minha formação em arquitetura.
Procurei criar igualmente bolos elegantes e sofisticados, mas queria ser inovador e conferir-lhes o meu toque pessoal. Comecei por fazê-lo apostando no enriquecimento do seu interior, trabalhando-o e apresentando várias camadas. Normalmente, essas camadas dividem-se em sabores variados e texturas crocantes, esponjosos (a parte que vai ao forno), recheios cremosos, mousses…
Por último, a cobertura não é descurada e pode ser uma glacagem com um efeito espelhado (feita à base de pectina e açúcar) ou pode apresentar um aspeto aveludado mate, à base de chocolate e manteiga de cacau.
As planícies alentejanas poderão também ter influenciado o meu conceito de elegância e de simplicidade. Penso que estão patentes nas linhas direitas e harmoniosas que apresento nos meus bolos e no equilíbrio que procuro entre as diferentes texturas e sabores, quer quando são compostos por um ou mesmo quando incluem vários volumes.
A verdade é que sem saber o futuro, acreditava que a gastronomia era algo que queria que fizesse parte da minha vida…
Desde pequeno, com 12 ou 13 anos, já sentia prazer em fazer experiências gastronómicas em casa da minha avó, onde estava a maior parte do tempo.
Aproveitava as ausências dela, mas sabia que podia sempre contar com a sua cumplicidade passiva.
Vim muito cedo do meu Alentejo viver para Lisboa, para acabar o secundário e tirar o meu curso de arquitetura.
Gostava muito de estar com amigos e convidava-os muitas vezes para virem comer a minha casa, até porque, como já referi, sempre gostei de cozinhar e de surpreender as pessoas.
Entretanto fiz um curso de cozinha e pastelaria. Foi então que percebi que era a pastelaria era sem dúvida que mais me apaixonava e em que quereria apostar. E como tudo começa por algum lado…
Este meu gosto pela pastelaria desenvolveu-se, por um acaso, durante o meu curso de arquitetura. A minha colega e amiga Raquel viu que eu estava em enveredar para o ramo da pastelaria e decidiu oferecer-me uns moldes muito originais da Dinara Kasko, que era uma arquiteta que acabou por deixar esta área da arquitetura para se dedicar à área da pastelaria e ela acabou por tornar-se numa referência para mim.
Quanto ao design dos meus bolos tudo começou então nesta fase e começámos, eu e a Raquel, a seguir o trabalho desta arquiteta que começara a projetar e a criar os seus próprios moldes, deixando para trás a arquitetura. A Raquel um dia disse-me que o nosso projeto futuro iria passar por essas formas…E assim foi!
A Helena é a minha amiga mais crítica e sincera que conheço, e ainda por cima é
viciada em experimentar coisas novas. Anda sempre atrás das últimas novidades gastronómicas e por isso tem um paladar muito requintado. É, portanto, uma amiga
em quem confio plenamente. Quando crio novos recheios, ligo-lhe logo a perguntar quando pode experimentar as minhas novas criações… O seu saber como designer dá- me confiança para lhe confiar a tarefa de fotografar os meus bolos de forma a valorizá-los.
Neste momento, pretendo não só continuar a inovar nos sabores e texturas dos bolos, como continuar a aparecer com formas inovadoras e diferentes do comum, criando também os meus próprios moldes. Tendo uma arquiteta e uma designer comigo, o nosso grande desafio e ambição para o futuro é criarmos os nossos próprios moldes de forma a conseguirmos criar produtos ainda mais exclusivos, requintados e personalizados que sejam uma mais-valia para a minha marca.